O instituto Fiocruz informou, ontem, que batizou de Myotis guarani a nova espécie de morcego descoberta em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). O nome científico foi escolhido em homenagem à etnia indígena que originalmente ocupava as áreas de distribuição da espécie: principalmente o Pantanal, mas também nas divisas com o Cerrado mato-grossense e a Mata Atlântica.
O morcego pesa cerca de 6 gramas e pode comer mais de 200 insetos como mariposas, mosquitos e besouros por noite. A descoberta da nova espécie foi publicada, em março, no Journal of Mammalogy, revista internacional de biologia e taxonomia de mamíferos editada pela Sociedade Americana de Mastozoologia.
A espécie foi avistada primeiramente na Mata Atlântica, mas uma expedição ao Pantanal, em março deste ano, conseguiu obter dados e amostras do animal também no bioma.
De acordo com a Fiocruz, os Myotis guarani estão depositados em coleções e museus pelo mundo há mais de 120 anos, confundidos com espécies do gênero Myotis, que possui mais de 35 espécies neotropicais muito parecidas entre si e, frequentemente, necessitam de estudos genéticos para ajudar na sua diferenciação.
Ainda segundo o artigo, o morcego, único mamífero que voa, possui um papel fundamental na manutenção e equilíbrio dos ecossistemas, realizando serviços ecológicos de polinização, dispersão de sementes nativas e controle de populações de insetos considerados pragas agrícolas e vetores de doenças.
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